sábado, 24 de julho de 2010

Drogas e economia

Num cenário de crise econômica e de necessidade de reinvenção do capitalismo, a discussão sobre as drogas pode nos levar a uma postura hipócrita:

Futuramente haverá empresas especializadas em industrializar drogas para o mercado regulamentado pelo Estado.
Não vai demorar muito para que haja uma virada cínica no discurso: 'o mercado e o consumo de drogas (que por questões estéticas e de marketing pode ser chamada de felicidade embalada, por exemplo) pode ser um setor promissor da economia'.

Não sei pra quê tanta preocupação ética da sociedade!!!...afinal de contas o mais importante é a produção de empregos.

Pra quem é usuário é bom aproveitar enquanto o Estado não regulamenta o uso cobrando altos impostos. E pra quem é traficante é bom aproveitar enquanto o Mercado (principalmente bolsa de valores e bancos) ainda não criou um jeito aberto de negociar esses produtos.
Imaginem só: a polícia federal apreendendo cargas de drogas só por que não pagou tributo ou está nas mãos dos comelôs e ambulantes e assim não são comercializadas pelos meios legais dispostos pelas resoluções do banco central e ministério da fazenda. E quem hoje posa na televisão de protetor da sociedade e dos valores morais será obrigado a fazer propaganda desses produtos.

Falta pouco para haver um índice de entorpecentes nas bolsas de valores....falta pouco mesmo, porque já tem o índice Big Mac.

...vai ser no estilo 'A fantástica fábrica de chocolate': um grande musical feliz, mas que no fundo (ou explicitamente) é sombrio e medonho.

Mas por enquanto a gente vai sendo entupido e viciado com outras drogas: as novelas, eleições, música pop, comida rápida, os filmes de hollywood, a pseudo-democracia que vive o mundo de hj e as políticas que sempre tentam deixar o ambiente de trabalho um lugar mais agradável.

sábado, 17 de julho de 2010

Um motivo para criticar Dunga e Maradona.

Entre Dunga e Maradona podem haver semelhanças inesperadas. Por exemplo suas respectivas seleções existirem como imagem e semelhança de cada um.

Enquanto a equipe do desconfiado Dunga estava programada somente para contra-atacar, do mesmo modo que ele se comportava perante a imprensa, a seleção do excêntrico Maradona desejava demais o ataque sem se preocupar com a defesa, assim como ele a cada entrevista dirige insultos a todo instante sem se ater que também tem teto de vidro. Um é retraido e não pode ser provocado se não vai para cima; e o outro é demasiadamente ofensivo, e conforme a altura, a queda foi grande.

Sendo assim, os dois pecaram pelo mesmo erro: transformaram suas equipes em instrumento de guerra. Dunga contra a sedenta imprensa e Maradona contra ele mesmo querendo provar ao mundo que mudou (posando de bom moço tentando nos fazer esquecer o seu passado de escândalos), muito embora, de acordo com esse ponto de vista, fica provado que com seu esquema de jogar e suas entrevistas ele não mudou nada.